"ÁRBITROS: Chamamos a atenção para o facto de que os árbitros da modalidade não podem participar como atletas em nenhuma destas competições." - in site da FAP, VIII Campeonato Nacional de Andebol de Praia.
Esta parece ser a polémica do momento. Aqui no blogue, informados desta nova polémica, resolvemos questionar os nossos visitantes. Os resultados são claros: 62% confirmam que os árbitros não devem participar no Campeonato Nacional de Andebol de Praia. 31%, vão ainda mais longe e dizem que os treinadores também não devem jogar. Por outro lado, 93%, dizem que no Andebol de Praia, todos devem poder participar.
Em que ficamos então? Os árbitros devem poder jogar ou não? A Federação deveria castigar apenas aqueles que tiveram comportamentos incorrectos e deixar os outros participar livremente? Estes comportamentos incorrectos deveriam ter sido sancionados logo no fim da Etapa Regional de Espinho? São várias as questões que me colocaram ao longo destes tempos...
Na verdade, as regras são muito específicas e podem ser consultadas no Regulamento da FAP: - Um árbitro de andebol nacional de andebol não pode participar como atleta em nenhuma prova da Federação, como se pode ler no:
"Artigo 48.º(*) (**)
Limitações ao exercício da arbitragemSem prejuízo de outras limitações estabelecidas em regulamentos federativos, e o
disposto no Título 15 do Regulamento Geral
o exercício da actividade de árbitro
Nacional , no activo, é incompatível com o exercício de outras funções no seio da
modalidade, a nível Nacional, designadamente :
a) Dirigente ou oficial ao jogo nas sociedades desportivas e nos clubes;
b) Titular de cargos em orgãos sociais da Federação ou Associação Regional de
Andebol ;
c)
Treinador,
praticante, médico e massagista de Clube ou Sociedade Desportiva;
(*)Introdução de novo artigo aprovada em Assembleia Geral de 5.7.2003
(**) renumeração após Assembleia Geral d
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e 1.07.2006"
O que acontecia é que no Andebol de Praia, até ao último Campeonato Nacional, havia várias equipas, masculinas e femininas, que tinham árbitros nas suas fileiras, mas que participavam, uma vez que a Federação, autorizava a sua participação. E até aqui, sempre correra tudo bem e ninguém se lembrava do artigo 48º. Mas como diz o provérbio: depois de casa roubada, trancas à porta...
Este ano, após a remodelação da Comissão Nacional de Andebol de Praia, da qual fazem parte os elementos federativos, mais 2 representantes das Associações de Andebol de Aveiro, Porto e Leiria, ficou estabelecido, que os árbitros não podiam participar. Esta é uma deliberação da Comissão Nacional de Andebol de Praia da Federação de Andebol de Portugal, que após uma reunião em Aveiro, com os tais membros acima descritos assim determinou.
A aplicação desta regra, não me parece perseguição individual a ninguém (como já me disseram), pois ninguém é assim tão importante. Parece-me sim, que esta regra só agora foi aplicada para que não surjam mais acontecimentos protagonizados em etapas regionais e até na Fase Final que violam claramente o espírito do Andebol de Praia e toda a filosofia que lhe está subjacente.
No entanto, lembro que no dia 29 deste mês, vão estar no Europarque os representantes federativos, a quem se deve efectivamente questionar o porquê da aplicação desta regra no 8º Campeonato Nacional. Na minha opinião, a aplicação desta norma, tem a ver com o facto da Federação estar a tentar proteger os árbitros, assim como os clubes protegem alguns dos seus activos, não os deixando também participar no Andebol de Praia.
Aproveitando ainda a maré de esclarecimentos, queria também informar, que na verdade Portugal, tem desde 2003, um Delegado da EHF para o Andebol de Praia, que tem estado presente em todas as Fases Finais dos Campeonatos Nacionais. Aliás este mesmo Delegado Europeu (português) está presente também nos meetings europeus e nos grandes eventos internacionais, como estão também árbitros portugueses.
Assim sendo, não é muito normal, nem sinal de competência, que um represante de uma equipa como o Arsenal de Canelas, que ainda agora participou na Fase Final da EBT, diga por aí, que vai chamar um Delegado de EHF para vir monitorizar a Fase Final do Campeonato Nacional, quando todos sabemos que Portugal tem um Delegado Europeu de Andebol de Praia, que por norma assiste a todas as Fases Finais e inclusive a etapas, quer quando eram nacionais, quer agora que são regionais. No mínimo, perde toda a credibilidade!
Devemos ter a certeza que o nosso conhecimento da modalidade é global, para não ficarmos mal vistos no exterior, quando algumas pessoas tem tentado com grande sacrificio internacionalizar o nosso Andebol de Praia.